sexta-feira, 19 de novembro de 2010

It's my trip and I'll cry if I want to

Esses dias bateu a grande depressão em Sydney e, como ninguém merece texto depressivo, tratei de ficar bem longe do blog. Bem, acho que está passando agora, mas restam resquícios do sentimento que me levou a quase cometer a blasfêmia de parafrasear Michael Bublé e dizer "I wanna go home". Quase.

Acho que é bem como meu amigo Eduardo disse no Twitter: viagem deixa de ser viagem depois de um mês, depois vira rotina. Até que demorou um pouco mais de um mês, mas "acostumei" com a vida em Sydney, de certa forma quando tudo deixa de ser novidade a gente passa a enxergar as coisas ruins menos como "parte do aprendizado" e mais como coisas ruins mesmo. O jeito é fazer um esforço pra continuar achando novidades na pequena cidade que se tornou Sydney, onde encontramos conhecidos a cada esquina.


O pior (ou melhor) é que tenho feito coisas até bem bacanas. Domingo, descobri o que é realmente a praia australiana ao ir para Bondi com meus novos flatmates, a Rose e o Leo (graças a quem sou chamado de Leo #2 aqui no apartamento, pelo fato de ser o novato). Praia lotada, australianas ensandecidas fazendo topless (não que faça diferença pra mim :P) e até ambulantes vendendo sorvetinho na areia, coisa que ainda não tinha visto e pensei que não rolava por aqui. Dia muito bacana com os dois e os amigos deles, e rendeu até o meu primeiro mergulho no mar de Sydney. Como já contei para algumas pessoas, a sensação ao adentrar as águas geladas é "pronto, morri", mas depois de um tempo até dá pra acostumar. Não muito tempo, que fique claro, porque não dá pra encarar ondas de gelo vindo na sua direção pra sempre.




E o que dizer de Josi e Rê? Companhias pra todas as horas, até mesmo pra tirar fotos sem noção no Darling Harbour fingindo que estamos nas Olimpíadas do Faustão. Até australianos já comentaram que vivemos grudados, e não tem jeito mesmo. Foi identificação imediata e sempre que estamos juntos, tem coisa boa "pa nóis" (expressão que Josi cunhou em uma de nossas primeiras saídas, pedindo que eu pegasse Coca pa nóis). Falamos tanto issoque daqui a pouco vão acreditar que somos caipiras.


Engraçado que, assim como a Josi e a Clarice (saudades, viu, ruiva? Passar correndo por você e Fê no Queen Victoria Building não conta), conheci a Renata pelo Orkut, mas como ela chegou algumas semanas depois de todos nós, nem tinha certeza se nos encontraríamos tão cedo. Eis que, no terceiro dia aqui, a louca simplesmente ME RECONHECE no meio da estação de trem e começa a gritar ensandecidamente. E fico feliz que ela tenha feito isso, porque desde então não nos desgrudamos mais.


É isso, então. Comecei escrevendo sobre as tristezas e terminei com as alegrias, o que já deu um up no meu dia. Saio daqui direto para o karaokê com as meninas, seus australianos e a Paulinha Sertãozinho, outra brasileira que conhecemos no voo e ficou sumida no primeiro mês aqui, mas que agora já é parte do grupo e encontro por acaso até no mercado. Porque vocês sabem, Sydney é uma cidade pequena. Muito pequena.

10 comentários:

  1. Achei legal que vocês já são experts nessa prova das Olimpíadas do Faustão, né? Não tem uma foto de alguém em cima de uma pedra que afunda!

    Achei mais legal ainda que você entrou no clima das australianas ensandecidas e fez topless ali na segunda foto. Achou que ninguém ia perceber só porque você tá escondido atrás de 52 pessoas? Pois é, ser imensamente alto tem suas desvantagens.

    Não fique triste, a vida é bela, o céu e azul e você está na Austrália. I envy you.

    ResponderExcluir
  2. show de bola... mas realmente... viagem deixa de ser viagem após o primeiro mês... aceite o fato de que vc está "morando" temporariamente na austrália e tudo ficará melhor... saiba que a parte "caipira" de sua família ta com saudades de vc, quero só ver depois que vc voltar quanto tempo mais vc vai demorar pra nos fazer uma visita.

    Cya.

    ResponderExcluir
  3. Nelao, no que depender do calor e umidade daqui, ja to praticamente em Petrolina, entao nem vai ser tao sacrificio fazer uma visita depois! :p

    ResponderExcluir
  4. leooo..nao fique depree..qualquer coisa, volta!!!estamos te esperando!!heheheh
    Q saudaaaaade!!!Fotos lindass!!Invejinha da praia..maaaas, no final do ano, eu e Grória vamos pra porto seguro!!Eu sei q nao posso fazer mta invejinha em vc, mas morra de invejinha!!!
    Bjssss

    ResponderExcluir
  5. Pense pelo lado bom, em Buenos aires no segundo dia a gente já queria voltar!!!! Mas se n aguentar mais, volte PA NÓIS!!! Rssss. Eu entro em deprê pq sinto muito a sua falta, mas sei que vc vai amar tanto esse lugar que vai demorar p voltar, por isso fico aqui torcendo p todos os dias, coisas boas acontecerem p vc n ficar desanimado!!!! Beijosssssssssssss

    ResponderExcluir
  6. Lara, a cada dia me convenço que tem mais brasileiro aqui do que qualquer outra coisa, eles estao everywhere! :D

    Ju, para com isso, coheço vcs há 20 anos e nunca viajamos juntos, aí do nada vcs vão pra Porto, rum! Briguei com a mosca!

    Marcinha, vc sabe, né.... Dando tudo errado aqui vou pro seu AP pular da janela na piscina, hauahuaa. Mas já tá tudo nos eixos agora!

    ResponderExcluir
  7. Oi, Léo.

    O mais legal da sua narrativa, e em especial desse último post, é que vc não fica só falando do lado "glamouroso",digamos assim, da experiência: vc abre o coração, fala da depré, da vontade de correr pra casa, pra junto da mãe e dos amigos, ou seja, das dores de quem está (tão) longe de casa e pela primeira vez. O relato fica bem mais humano e a gente se sente pertinho de vc, acredite.
    Ah, já ia esquecendo: pra quem, como eu, ainda está na fase do "será que eu consigo", ler que no final tudo se transforma numa simples rotina, é um alento.
    Bjs e, mais uma vez, parabéns pelo blog.

    ResponderExcluir
  8. Por isto não tinha tido mais notícias daí.
    Surpresa boa ver q vc pensou na frase (me senti até importante agora, hihihi)

    Pois é, ainda bem que vc aproveitou bem a viagem (ou seja, conhecer bares, boates, passeios)

    Agora tá na hora de aproveitar bem a morada (ou seja, conhecer supermercados, linhas de metro e claro, bares).

    Realmente fica mais humano o blog.
    Dá pra ver q vc é de carne e osso (e top-less australiano. quase pagou peitinho hahaha).


    Eduardo

    ResponderExcluir
  9. Pois é, Rosana, até conversei com algumas pessoas sobre isso... Pra mim não faria sentido falar só das maravilhas da viagem, já que me dei o desafio de fazer um blog basicamente sobre o que eu sinto aqui, tenho que ir fundo e explorar todas as facetas. Obrigadão tb a vc pelo apoio e um beijo!

    Edu, pode se sentir ainda mais importante, porque eu não só penso nas suas frases, como morro de rir com cada comentário cretino como esse do topless e a grande importância dada a bares, hahaha. Abração!

    ResponderExcluir
  10. Leo, presta atenção que vou falar uma coisa muito séria: não importa o grau de depressão, a vontade de cortar os pulsos ou o quão atraente o parapeito do último andar do seu prédio pareça... não NÃO ouça Michael Bublé!!
    JAMAIS!

    Como Jairina mesmo costuma dizer: "ele é bom pq tem a voz fininha e macia"
    ?

    Outra coisa: os australianos não fazem Down Less, não? Cadê toda a galera prafrentéx que andava por aí??
    Eu achei que Down Under se referia a isso... mas tudo bem!
    Leo, inove! seja o primeiro!!

    Adorei as meninas! Estão lindas e super fashions!
    Beoon

    ResponderExcluir